terça-feira, fevereiro 20, 2007

sobre subterrâneos limos verdes e clarices

entro lentamente na minha dádiva a mimmesma,esplendor dilacerado pelo cantarultímo que parece ser o primeiro.entro lentamente na escrita assim como já entrei na pintura.é um mundo emaranhado de cipós,sílabas,madressilvas,cores e palavras-limiar de entrada ancestral caverna queé o útero do mundo e dele vou nascer.e se muitas vezes pinto grutas é que elas são o meu mergulho na terra,escuras mas ninbadas de claridade,e eu sangue da natureza-grutas extravagantes e perigosas,talismã da terra,onde se unem estalactites,fósseis e pedras,e onde bichos que são doidos pela sua própia natureza maléfica procuram refúgio.as grutas são meu inferno.gruta sempre sonhadora com suas névoas,lembrança ou saudade?espantosa,espantosa,esotérica,esverdeada pelo limo do tempo.dentro da caverna obscura tremeluzem pendurados os ratos com as asas em forma de cruz dos morcegos.vejo aranhas penugentas e negras.ratos e ratazanas correrm espantados pelo chão e pelas paredes.entre as pedras,oescorpião.caranguejos,iguais a eles mesmo desde a pré -história,através de mortes e nascimentos,pareceriam bestas ameaçadoras se fossem do tamanho de um homem.baratas velhas se arrastam na penumbra .e tudo isso sou eu.tudo é pesadode sonho quando pinto uma gruta ou te escrevo sobre ela-de fora dela vem o tropel de dezenas de cavalos soltos a patearem com cascos secos as trevas,e do atrito dos cascos o júbilo se liberta em centelhas:eis-me,eu e a gruta,no tempoque nos apodrecerá.quero por em palavras mas sem descrição a existência da gruta que faz algum tempo pintei-e não sei como.só repetindo o seu doce horror,caverna do terror e das maravilhas,lugar de almas aflitas,inverno e inferno,substrato imprevisível do mal que está dentro de uma terra que não é fertil.chamo a gruta pelo seu nome e ela passa a viver com seu miasma.tenho medo então de mim que sei pintar o horror,eu,bicho de cavernas ecoantes que sou,e sufoco porque sou palavra e também seu eco.(texto de clarice lispctor em água viva aqui tomado como monólogo interior e carta manifesto perante a proibição da pesquisa teatral da cia invisível,em cavernas e outros subterrâneos)

1 comentário:

Sarah disse...

Hola estoy buscando a Juan Uviedo, fue mi maestro en los anos 70s en MExico. Apreciaria muchisimo la info que me puedan dar
I am looking for Juan Uviedo. he was my professor in Mexico city in 1971-2 i think is related do this group I will appreciate very much the info that you could give me
my mail is sarahminter2004@yahoo.com